The Original ESSIAC® is Made Only in Canada

Era difícil encontrar o Essiac nos anos 90 e complicada sua manipulação, No Brasil não encontramos. No Canadá é muito fácil encontrar nas prateleiras de farmácias, digamos alternativas, e opção de como consumir. Até em comprimidos você encontra.

Todos os produtos ESSIAC® contêm a mesma fórmula e eficácia ESSIAC® original. As cápsulas ESSIAC® são fáceis de usar e permanecem frescas por mais tempo do que as fórmulas ESSIAC® Extract e ESSIAC® Powder. As cápsulas podem ser facilmente abertas e adicionadas a uma pequena quantidade de água, se necessário.

Herbal Products CanadaESSIAC® é uma fórmula de ervas de renome mundial desenvolvida por Rene M. Caisse, uma enfermeira canadense. Desde 1922, a enfermeira Caisse usou sua fórmula original à base de ervas para ajudar a apoiar o sistema imunológico. * Rene Caisse é mundialmente conhecida por fazer contribuições significativas para o campo da medicina natural.

As ervas em ESSIAC® são cultivadas especificamente para Essiac Canada International, que são colhidas nos horários de pico para garantir a potência botânica máxima:

Burdock Root (Arctium Lappa)
Slippery Elm Bark (Ulmus Fulva)
Sheep Sorrel Leaves (Rumex Acetosella)
Indian Rhubarb Root (Rheum Officinale)

ESSIAC® é aprovado pela Health Canada e é enviado para todo o mundo.

Cápsulas TRU-PINE
Cápsulas TRU ‑ PINE®
TRU-PINE® é uma fórmula patenteada de extrato de casca de pinheiro canadense feita apenas no Canadá. TRU-PINE® é uma combinação de antioxidantes poderosos que ajudam a proteger contra os radicais livres. *

TRU-PINE® é feito a partir da preparação original dada a Jacques Cartier e seus homens pelo povo nativo do Canadá em 1535-1536. A tecnologia para produzir TRU-PINE® foi desenvolvida pela Agriculture and Agri-Food Canada.

As cápsulas TRU-PINE® patenteadas são feitas de casca de pinheiro (Pinus strobus), frutos de roseira brava (Rosa canina) e vitamina C. Quando combinados, os ingredientes são aprimorados sinergicamente.

ESSIAC Capsules
ESSIAC Extract

ESSIAC® é uma fórmula à base de plantas que está em uso desde 1922. A fórmula foi dada à enfermeira Rene Caisse por um índio Ojibwa canadense. Nascida em Bracebridge, Ontário, a enfermeira Caisse preparou sua fórmula original à base de ervas em uma bebida chamada Essiac, que é o nome da enfermeira Caisse escrito ao contrário.

Rene M Caisse

Rene M Caisse
De 1922 a 1978, a enfermeira Caisse deu seu suplemento de ervas Essiac a milhares de pessoas em sua clínica em Bracebridge, Ontário, Canadá. Embora ela tenha recusado o pagamento por seus serviços, ela aceitou doações para ajudar a sustentar sua clínica. A enfermeira Caisse dedicou sua vida ao uso da fórmula do Essiac.

Wilhelm Reich e a formação das Crianças do Futuro

Este resumo, que fiz, foi sobre o excelente trabalho de Cynthia Cavalcanti Moura de Melo Faria –USP-Psicologia 

Wilhelm Reich e a formação das Crianças do Futuro – Encouraçamento numa criança recém-nascida. 

A meta do Crianças do Futuro, assim como a da maioria das propostas reichianas era a busca da melhoria da condição de vida humana. A base dessa atividade era a esperança de um futuro melhor, que se tornaria possível se o fluxo do desenvolvimento natural fosse respeitado. Nesse caso específico, Reich almejava tentar manter uma criança relativamente saudável em meio a todo o contexto patológico da época. Ele acreditava que, se isso fosse possível, então poderia se apostar em um amanhã melhor. 

Em 1949, Reich fundou o Orgonomic Infant Research Center, órgão voltado a colocar em prática as ideias do Crianças do Futuro, que serviria como um local de pesquisas a respeito da saúde infantil.  

A ideia do Centro era atender casos que ajudassem a elucidar as questões de interesse da investigação. Para tanto, planejou-se que o trabalho deveria ser focado desde a gravidez até o quinto ou sexto ano de vida da criança, idade em que sua estrutura básica se forma. Seguindo essa proposta, estabeleceram-se quatro focos de atuação: 

O primeiro foco seria desenvolver cuidados pré-natais com grávidas consideradas saudáveis, com o intuito de conhecer a influência das vivências intrauterinas para o desenvolvimento do bebê. A proposta era aconselhar os pais durante a gestação sobre como eles deviam proceder e tentar que esse momento se desenvolvesse da forma mais saudável possível.  

O segundo foco de trabalho aconteceria durante o nascimento e os primeiros dias de vida do recém-nascido. Nesse momento buscariam compreender as expressões naturais do bebê e remover qualquer obstáculo em seu caminho.  

O terceiro tratava-se da prevenção do encouraçamento durante os cinco ou seis primeiros anos da criança.  

A última ação era voltada para o registro do desenvolvimento dessas crianças até muito tempo depois da puberdade.  

A ideia não era tratar crianças doentes nem se dedicar ao aconselhamento sexual e matrimonial de casais, a não ser que tais medidas contribuíssem para a pesquisa do OIRC.  

Uma dessas colaborações importantíssimas dadas por Reich com o projeto Crianças do Futuro foi o aprofundamento no tema do contato orgonótico, o que, a nosso ver, significa um vínculo de extrema qualidade entre a criança e o seu cuidador. Para o orgonomista, o estabelecimento do contato seria a melhor coisa que poderia ser proporcionada para a criança e o destino dela dependeria disso. Se trataria do elemento mais essencial na interação entre a mãe e o bebê. Para preservar a saúde, seria imprescindível a presença desse tipo de vínculo. 

Desde que nasce, o bebê tem suas demandas. Como a fala só surge por volta do primeiro ou segundo ano de vida, é claro que antes disso não se pode compreender as necessidades infantis pelo meio verbal. Na visão reichiana, a única forma de entender a expressão da criança nesse estágio do desenvolvimento é a partir do estabelecimento do contato orgonótico. Para que isso seja possível, o adulto precisa estar disponível, sintonizado, implicado, envolvido, atento, ligado, conectado, entregue etc. 

 Mesmo depois que a fala se faz presente, ela nem sempre explicita o que realmente se quer. Para Reich, a expressão verbal tem suas limitações, muitas vezes não consegue expor as sutilezas do organismo. Em alguns momentos, até consegue ser fiel às sensações corporais, mas isso não acontece o tempo todo. Por isso, o estabelecimento de um vínculo de qualidade continuaria a ser de extrema importância, independente, da idade do sujeito. Estando em contato é possível reconhecer o que o indivíduo precisa e consequentemente lidar com essa demanda. 

Nos textos reichianos, fica claro que ele busca atender ao pedido da criança de forma criativa. É nítido que não há um modelo de como a educação deve ser. Cuidados mecânicos não servem. Sendo cada criança única, o importante seria descobrir na relação o que é bom e o que não é para cada indivíduo. Trata-se sempre de um vínculo sensível e profundo. 

Segundo Reich, o que acontece é que os educadores raramente conseguem compreender a demanda infantil. A criança, por sua vez, solicita o contato até esgotar-se e desistir. A consequência posterior é ficar paralisada, anestesiada e interiormente morta. Em sua compreensão, muitas das patologias adultas são oriundas de uma infância carente de contato orgonótico. 

O orgonomista deixa claro que não é preciso nem possível manter o vínculo de qualidade o tempo todo. Mas o mais importante era perceber quando se perde o contato para então tentar reestabelecer o vínculo perdido. 

Outra contribuição importante foi o conceito de primeiros socorros orgonômicos. Tais medidas estavam baseadas na ideia de que após uma vivência traumática, o corpo se contrai. Das primeiras vezes, cria-se um bloqueio ainda maleável. Isso significa que o mesmo pode ser dissolvido. 

Porém, não era o que vinha acontecendo de forma geral, pois os adultos não tinham conhecimento sequer da existência dessas limitações e menos ainda sabiam como excluir as mesmas. Por não serem desfeitos, esses bloqueios iniciais se transformariam em couraças crônicas irreversíveis. Em outras palavras, os pequenos bloqueios, que apareciam na estrutura humana desde os primeiros dias de vida, se cronificariam caso medidas adequadas não fossem adotadas.  

Essas mazelas, se não fossem desfeitas, acabariam sendo ciclicamente transmitidas a cada geração de modo automático. A única saída seria que os adultos aprendessem a remover os bloqueios assim que eles se fixassem.  

Para Reich, via de regra, quando o indivíduo se desenvolve numa condição saudável, ele não estabelece uma base adoecida onde as patologias futuras possam se fixar, por isso, é pouco provável que os sintomas neuróticos consigam se enraizar em sua estrutura. Em outras palavras, sem encouraçamento os sintomas biopáticos não se ancoram. Por outro lado, quando existe uma distorção na estrutura bioenergética, as patologias terão a base para fincar suas raízes e futuramente se tornarão traços de caráter biopáticos. O orgonomista compreende que as chamadas “doenças crônicas” nada mais são do que patologias apoiadas em bloqueios do funcionamento bioenergético criados durante a primeira infância. Segundo ele, as biopatias graves que surgem posteriormente têm suas raízes nos ignorados problemas ‘normais’ das crianças pequenas. 

De qualquer forma, a melhor maneira de tentar prevenir as patologias seria por meio de um desenvolvimento não estagnado da primeira infância. 

Para ele, saúde não seria sinônimo de ausência de doenças ou de nunca ficar infeliz ou de estar sempre saudável. A saúde estaria na flexibilidade, na possibilidade de sair desses estados, sem a pessoa ter que permanecer eternamente presa aos mesmos. Ele é bastante enfático ao afirmar que devemos deixar de lado os ideais de saúde absoluta.  

Meses antes de sua morte, no dia 08 de março de 1957, Reich redigiu seu testamento, o qual intitulou Last will and testament of Wilhelm Reich: Ele determinou que nada deveria ser alterado nos seus textos e que os mesmos tinham que ser guardados por cinquenta anos após sua morte, para garantir que não fossem deturpados. A justificativa dada por ele foi a seguinte: “Esses documentos são de crucial importância para o futuro das gerações dos que acabam de nascer” (Matthiesen, 2001). Além disso, deixou 80% da renda relativa a ele para o cuidado com bebês, crianças e adolescentes.

Viver o agora: branco?

A essência é a base da alma. Devido nosso contato com o mundo exterior desde o nascimento ou da gestação, a essência não se desenvolve plenamente e aos poucos é abafada. No processo espiritual todo o trabalho visa a prevalência da essência, caminho para o processo espiritual autêntico – vertical, não conceitual. Para realizar plenamente esse processo não pode existir pendência. 
Imaginemos uma prateleira com inúmeras gavetas. Em cada gaveta um problema, trauma, etc. Tudo que acontece de bom ou não, vai ficando em cada gaveta da prateleira (espaços conceituais na alma). A maioria das tensões são resolvidas com as experiências da vida, participação em grupo espiritual – essas gavetas ficam abertas irradiando luz-cor. 
O restante (passado ou atual) vai ficando nas gavetas fechadas, e em algum momento teremos que abri-las, uma oportunidade de compreender e aliviar a tensão. Só que não é fácil, por vezes pequenas pedrinhas nos atrapalham (nesse caso, indico a psicologia moderna-base reichiana). A cada gaveta aberta – e tensão eliminada – a essência vai tomando mais espaço na alma (espaço que foi tirado da essência em nossa criação e educação). 
Nessas gavetas estão acontecimentos do passado e o que se espera do futuro (amanhã faço isso, resolvo depois aquilo, desejo…). 


Quando nos dedicamos ao trabalho interior pensamos que o agora é só este momento, mas não – é a união de tudo, não pode haver pendência, não temos como separar tensões (ter gavetas fechadas), o agora engloba tudo, por isso, dizem que o passado, presente e futuro se alinham no agora. 
As gavetas fechadas são como as cores (pigmentos) – quando misturamos essas cores não temos na somatória a cor branca, mesmo tendo algumas gavetas abertas irradiando luz. 
Viver o momento presente, o agora, tem várias nuances. Não é possível viver o momento plenamente tendo gavetas fechadas. Normalmente, ignoramos as gavetas fechadas. Então vivenciamos momentos, sim, porém não alcançamos a cor branca, pois separamos as coisas não resolvidas.  
Somente quando tudo estiver desbloqueado, situações e problemas resolvidos – todas as gavetas abertas – vivenciaremos o agora plenamente.

Relação homem – natureza

O rejuvenescimento e a imortalidade podem ser obtidos, segundo os mitos indianos, sul-africanos, australianos, com a ajuda de folhas, frutos, cascas e raízes. Os tagalos das Filipinas, os ialangues do Japão, os ainus da Coréia, e vários grupos primitivos da costa oriental da África, acreditam num indispensável relacionamento místico entre o homem e os vegetais. As plantas, para eles, são os antepassados da tribo, e delas procede a vitalidade humana. As árvores são fontes de vida e devem ser preservadas em todas as suas partes, exceto os frutos que podem e devem ser reverencialmente comidos. Por toda parte existiam os “cultos da vegetação”, através dos quais se mostrava que a natureza formava um todo indissolúvel com o ser humano, resultando dai o poder curativo e renovador dos vegetais, os quais representam “a realidade que se fez vida, que cria inesgotavelmente, que se manifesta em formas sem número” (Tratado de História das Religiões, de Mircea Eliade -Ed. Payot). A indiferença moderna em relação ao meio ambiente – superficialmente modificada na última década com alguns trabalhos sobre poluição – resulta da perda daquela consciência manifestada nos antigos mitos, comum às velhas culturas, Nenhum problema ecológico poderá ser modificado satisfatoriamente, se não tomarmos contato com o fato de que uma unidade (natureza – homem) foi fracionada arbitrariamente, e uma das partes esta tentando existir sem a outra, ou separada dela, o que é absolutamente impossível, porque ambas possuem o mesmo núcleo. Nosso afastamento em relação ao meio natural é produto de uma conclusão artificiosa: a de que “o mundo foi feito para nos servir. Agimos assim em relação aos animais, também. Aprendemos na escola quais são os animais úteis e quais são os nocivos, isto é, quais são os que podemos explorar de alguma forma (mesmo sutilmente, sob a capa de bondade com que gostamos de nos cobrir) e aqueles que nada têm que nos interesse. Face à flora ao mar, às reservas de água doce, à atmosfera, nossa atitude igualmente antropocêntrica. Somos o centro do universo e ele deve servir-nos. A exploração do meio ambiente alcançou um limite insuportável. Diante do perigo, o homem abre os olhos, parece que vai despertar, mas permanece à espera do milagre. Aquele milagre que multiplicará etermamemte as fomtes de energia, especie de maná que vai cair um dia sobre a terra, presenteando sem exigir retribuição. As plantas, os animais, o mundo mineral significam alguma coisa no seu conjunto, e se a razão humana não atina, em sua compartimentação sistemática, com esse significado, isso não autoriza o homem a servir-se irresponsavelmente das riquezas que o cercam. De fato, ele teria muito a ganhar, se observasse e ouvisse, e se tivesse humildade para fazer dos tagalos, ialangues e ainus, seus mestres, e do mundo em que vive, seu santuário”.   1980, Luiz Carlos Lisboa

Afundando os barcos

Interessante refletirmos sobre a ideia de largar todos nossos conceitos e dos outros. Esses conceitos e outras teimosias de nossa parte, podemos definir como barcos ou muletas que nos ajudam a caminhar, parar de pé. Mas chegará um momento, a partir das vivencias das experiências, com a sintonia cada vez mais fina da consciência – e antes de chegar a outra margem do rio da vida – em que precisaremos afundar todos os barcos, largar as muletas, etc. No caminho espiritual temos que tudo abandonar, porém, não é do dia para noite. Veja a visão bem atual de Almaas sobre tudo o que dissemos:

“Talvez você descubra que errou para começar, que o mundo inteiro foi uma invenção da sua imaginação. Talvez você tenha pensado todo esse tempo que tinha que fazer as coisas e depois descobrir que elas são feitas por si mesmo…

Cada um de nós tem uma criança interior que é ignorante, assustada e desligada da essência real, que não é tocada por nossas experiências sublimes e transcendentais, que ainda precisam ser cuidadas e amadas. Não podemos tentar nos livrar dela, nem ela simplesmente desaparecer por causa de nossas experiências de iluminação. Tentar se livrar dela é impossível e o caminho errado a seguir. Se tentarmos nos livrar dela, a criança interior ficará mais obstinada e assustada. Precisamos educá-la com cuidado e amor. Então, com o tempo, a criança interior se dissolverá, amadurecerá e se tornará mais suave. Ele se fundirá naturalmente com a natureza essencial e se integrará. Mas ela se permitirá derreter apenas se se sentir amada e segura…

Viver uma verdadeira vida humana significa a integração do que esquecemos e do que não sabemos, do ego e da essência. É a união, a harmonia da superfície com a profundidade. Nós, ego e essência, nos tornamos um. Tornamo-nos um por completo. Amadurecemos como uma alma não dual…

Você está lidando com sua vida, sua situação, sua mente, seu coração e sua natureza. Você pode usar todos os conceitos e ideias disponíveis de fora, como eu disse, mas use-os de forma inteligente. Use-os como veículos, como barcos, não como a própria verdade. Use-os para descobrir o que é verdade, não apenas para se consolar com o que pode ser verdade. Use-os para confrontar a sua verdade, não para evitar certas verdades. Assim, aos poucos, aprendemos a nos tornar mais autônomos, mais independentes…

É possível ser real além das ideias, além dos barcos, além dos livros e ensinamentos. Você pode andar com seus próprios pés; você pode ser sua natureza além das palavras, além dos conceitos, além dos ensinamentos. Você pode simplesmente ser, e esse será o maior ensinamento, o maior testamento para a humanidade. Para ser um ser humano verdadeiramente maduro, você tem que ir além de todo conteúdo da mente, o seu e o dos outros. A realidade é o que é, não como a chamamos, não o que pensamos sobre ela, não o que dizemos sobre ela. A realidade está além de todas as criações da mente, independentemente de quão sublime e espiritual. Haverá mais criações no futuro. Nossa mente não para de criar conceitos e nunca vamos parar de ouvir histórias…

Portanto, o verdadeiro estado de realização é na verdade uma falta de apego à realização. Quando você é realmente autônomo, você é verdadeiramente maduro. Você não precisa de barcos; você não precisa nem pensar que não precisa de barcos. Você não precisa pensar que é iluminado. Se você precisa pensar que é iluminado, ainda precisa de um barco. Para ser um ser humano verdadeiramente maduro, você não precisa pensar em nada sobre onde está. A iluminação é uma ideia que foi criada porque as pessoas se esqueceram de como ser elas mesmas. Se os seres humanos nunca esquecessem seu estado original, não haveria ideia de iluminação…

Quando você percebe a verdade, porém, vê que não precisa de um barco, pois já chegou à terra. Você só precisa de um barco quando ainda não atingiu a terra. Mas o barco não pode levá-lo até a costa. Você deve se molhar. Você tem que deixar o barco em algum ponto antes de chegar à costa. Você tem que molhar os pés…

Afundar os barcos significa afundar todos os barcos, não apenas a oração e a meditação. Os métodos espirituais nada mais são do que usar a própria atividade do ego a serviço da verdade – pelo menos para os primeiros estágios do caminho. O ego começa a trabalhar a partir do momento em que é criado. Todos estão trabalhando em si mesmos o tempo todo, muito antes de ingressarem em uma escola de trabalho. Todos estão tentando se tornar melhores: mais amorosos, mais fortes, mais inteligentes, mais bem-sucedido, mais útil, mais bonito e assim por diante. O trabalho simplesmente direciona essa tendência compulsiva do ego para si mesmo. Você pode estar trabalhando para alcançar a felicidade, riqueza, fama, alguém que ame você, iluminação ou Deus. É tudo a mesma coisa. É a mesma pessoa tentando fazer isso, tentando chegar a algum lugar. Por que você quer orar ou meditar? No momento em que você se senta e digamos que você queira meditar, você já tem esperança de que algo acontecerá.

Você está trabalhando em si mesmo. A mesma pessoa e a mesma atitude ficava quieta para que a mamãe te amasse, para que o papai não batesse em você. Você quer a mesma coisa, ficar em paz, ser feliz. Quando você era criança, você tentava ser bom agradando sua mãe; agora você tenta ser bom meditando. Mas as pessoas que criaram as meditações são espertas porque através da meditação você verá, em algum ponto, que o que você está fazendo é uma atividade sem esperança. Mais precisamente, o que separa os bons métodos espirituais dos esforços normais do ego é que eles estão configurados para se autodestruir em algum ponto. A atividade do ego é infinita e não reflete a si mesma. Os métodos espirituais ajudam você a ver o que você é e o absurdo de tentar se iluminar. Quando você chegar a este ponto, estará pronto para afundar seus barcos.

Então, simplesmente vivendo, você está meditando, orando e amando a verdade o tempo todo, sem saber que está fazendo isso. A realização tornou-se inconsciente. Enquanto for autoconsciente, ainda haverá apego. No momento em que você está consciente do que está fazendo e quer que seja bom, você sabe que ainda precisa daquele barco. É uma jornada profunda e difícil chegar ao ponto em que a realização é inconsciente. Os seres humanos têm sorte se têm lampejos dessa verdadeira naturalidade de vez em quando. Para realmente afundar nossos barcos e amadurecer, teremos que passar por grandes dúvidas e grandes medos. Precisamos entender como nossa mente funciona, a verdadeira dinâmica da experiência. Precisamos estar sozinhos no universo. Muitos poucos seres humanos realmente fazem isso. Mas é possível e revela a verdadeira dignidade e maturidade humanas”.

Você sabe que tem uma inteligência inata?

Hamed Ali (AHAlmaas):

“Quando a confiança está presente, você deve certificar-se de que seu organismo fará o melhor que puder na situação. Sua mente, entretanto, não permite essa presença completa no agora; pensa que sabe o que é melhor para você, mas é claro que sabe apenas, e com cautela, o que é -exatamente a partir do passado, e pode conduzi-lo apenas por caminhos condicionados por sua história. Porque você não sabe que tem uma inteligência inata – que sabe o que precisa ser feito, você não permite que ela opere. Você está sempre tentando direcionar isso ou aquilo que normalmente chamamos de “vontade”. Mas, quando estamos nos dirigindo e nos controlando, estamos impedindo nossa espontaneidade. Não somos capazes de confiar e, portanto, estamos bloqueando o caminho de nossa verdadeira vontade. A verdadeira vontade nada mais é do que a entrega total ao que é vivenciado neste momento. Do ponto de vista do adulto, a verdadeira vontade é a rendição completa do que costuma ser chamado de “vontade” e, portanto, é funcionalmente o oposto. A verdadeira vontade não envolve render-se a outra pessoa, mas a você mesmo, à vida, à sua experiência, à verdade do agora. Render-se à verdade do agora não significa que você vê o que está acontecendo e não se importa. Isso não é rendição. Rendição significa total disposição de estar com a sua experiência, incluindo suas reações emocionais, sejam elas agradáveis ​​ou frustradas. Você está firme na verdade. Outra maneira de ver a verdadeira vontade é entender que se trata simplesmente da sintonização com o que é natural. O que está acontecendo agora é o que é natural para nós. Dizer “não” ao que está acontecendo naturalmente é criar uma vontade falsa e separada, que tem sua própria ideia sobre como as coisas devem acontecer. E, como vimos, isso só pode levar à divisão e ao conflito”.

Pontos de entrevista da Irina Tweedie, sobre seu desenvolvimento espiritual

Irina Tweedie, autora do livro A filha do Fogo, concedeu uma entrevista (já faz um tempinho) sobre seu caminho no desenvolvimento espiritual e que está na integra no site dos Golden Sufis da Califórnia.

Pinçamos algumas ideias apresentadas pela Irina nessa entrevista:

“O ramo Naqshbandi do Sufismo está na Índia há centenas de anos, onde usam palavras como chakras e mantras e todas aquelas expressões indianas. O meu treinamento foi com fogo, o caminho da kundalini, o caminho do fogo”.

Apesar de ter escrito o livro sobre seu desenvolvimento espiritual, Irina Tweedie disse que colocou seu nome como autora, claro, caso contrário os bibliotecários não saberiam localizá-lo: “Mas nós, sufis, devemos escrever anonimamente e é a maneira mais anônima que eu poderia alcançar no Ocidente”.

Sobre seu mestre Sufi: ‘Três semanas antes de morrer, ele disse: “Treinamento espiritual? Besteira! Tudo o que fiz, foi tentar apagar seu ego.” E eu disse a mim mesma: Aquela pequena parte que passei não foi um treinamento espiritual? Fiquei furiosa no momento, mas ele estava certo. O verdadeiro treinamento espiritual começou com meditação profunda, no Himalaia, e continuou”.

Irina cita na entrevista superficialmente que um dos sérios entraves no processo espiritual foi se desapegar do dinheiro, como solicitado pelo seu mestre, pois tinha uma boa quantia deixada pelo marido.

“Então, se alguém vem até mim no princípio do trabalho espiritual, não há nada especial, apenas tomamos chá, estamos juntos e o ambiente é especial, a meditação é linda e isso é tudo o que existe. Aos poucos, eu recebo a instrução de passar a prática para essa pessoa, ou essa prática para outra pessoa, aí eu vou fazendo, só isso. Não há disciplina exterior, é apenas uma reunião feliz de pessoas, e muitas risadas e muitas piadas. Eu me lembro, bem no começo tinha um evangelista americano, segundo minha análise, e ele tinha uma esposa muito linda, ela costumava vir até nós, porque a Margaret a trouxe aqui no começo. E então, ele veio uma ou duas vezes para ver onde sua esposa estava indo e ele não gostava disso, e ela costumava vir, mas ele imaginava que era inofensivo o suficiente para não dizer nada. E um dia, estávamos contando piadas, eu estava com disposição para contar piadas francesas. E então, Irene foi para casa e ele disse a ela “o que você tem feito?” Ela disse “Oh, a Sra. Tweedie estava contando piadas francesas.” Ele disse “O quê!” Desde então, ele não permitiu sua ida. Eu ri e ri. Esta é a reunião Sufi, você vê.”.

“Eu sou como um rádio. Eu apenas passo adiante. Foi você quem fez isso, eu também fiz, juntos fizemos

E outra parte da longa entrevista, diz Tweedie: “A meditação não é meditação em si. Somos muito semelhantes ao Zen Budismo. Sentamos sem sentar, andamos sem andar, meditamos sem meditar. É um estado de ser, realmente é um ser. Se você disser a um ser humano “pare a mente” – nada acontecerá. Nossa meditação deve nos levar além da mente, para a quietude completa. Portanto, estritamente falando, não é uma meditação. É um estado de ioga para acalmar a mente, isso é realmente eficaz, tentamos deixar a mente para trás completamente. Então existe, posso dizer que existe, um método que é dado a todos. O corpo está completamente relaxado, qualquer posição é permitida, você pode deitar, sentar, sentar de pernas cruzadas, mas sentar de pernas cruzadas é realmente o melhor. E completamente relaxado, para que você possa esquecer o corpo físico”.

“Como somos feitos à imagem de Deus, há um lugar em nossos corações onde só Deus reside, o lugar dele, reservado apenas para ele. Vou te dar uma prova de que é verdade. Quando você ama, ama profundamente outro ser humano, profundamente mesmo, em algum lugar você sentirá que ainda está sozinho, e esse ser humano muito amado não tem acesso. Aconteceu comigo quando amei tanto meu marido. Eu dizia que estava realizada. Eu o amava, éramos muito felizes. Mas em algum lugar existe, digamos, essa saudade, em algum lugar estou sozinho, o que é? Este é o lugar que ele reservou para si mesmo. Porque você e eu e todos os outros somos feitos à imagem dele. A imaginação é uma coisa muito divina no ser humano, é muito útil. Devemos imaginar que vamos fundo – dentro de nós mesmos. Mais e mais fundo e bastante profundo. Lá encontraremos este lugar, onde há quietude, paz e acima de tudo amor. Deus é amor, o ser humano é todo amor, só o humano o esqueceu há muito tempo. Levaria alguns dias para encontrar esse lugar. Quando encontrarmos este lugar, deveremos fazer uma segunda imaginação. Estamos no lugar, e esse lugar está, obviamente, no coração. Sentamos nesta câmara silenciosa – em nosso coração, corpo físico e tudo, estamos ali rodeados pelo amor de Deus. Somos amados, estamos seguros e nada fica do lado de fora, nem mesmo um fio de cabelo, tudo está lá. Essa é a segunda imaginação. E então, é claro, enquanto estamos tentando encontrar esse lugar, nossa mente não atrapalhará, porque a mente gosta de fazer algo. Mas quando estamos sentados, os pensamentos vêm à sua mente. Esqueci uma coisa ontem, tenho que fazer alguma coisa amanhã, ou tenho que fazer um telefonema e assim por diante. Basta fazer a terceira imaginação. Imaginando a coisa, você pega esse pensamento e o afoga no amor. E se for bem feito, o pensamento deve desaparecer e não há nada ali. E realmente irá embora, porque o sentimento de amor que você gera ao estar no lugar do amor é muito mais dinâmico do que o pensamento – esse pensamento realmente se dissolverá. Então essa é a prática”.

”Mas o ser humano que acabou de chegar a mim e talvez nem tenha uma ideia da vida espiritual, você pode dizer – você provavelmente pode apenas acalmar sua mente, tenho certeza que pode – mas esse é um dos métodos. Não digo que seja o método, seria estúpido. Não existem estradas reais para Deus. Cada método é igualmente bom. O método zen é bom, o método da kundalini é o mesmo, raja ioga, todos eles irão guiá-lo se você for sincero e se o fizer, faça. Se você não fizer isso, bem, nenhum método ajudará”.

O mestre da Irina costumava dizer, segundo ela ainda na entrevista: “Deixe o homem em paz e ele encontrará Deus à sua maneira.” E prossegue Irina: “Não me diga que você tem que sentar nesta posição, você tem que fazer isso, tem que meditar dessa maneira. Apenas faça essa prática – para tentar encontrar esse lugar dentro de você. O resto virá sozinho. O objetivo principal é livrar-se de todas as técnicas”.

Ela diz que devemos deixar os dogmas e condicionamentos e querer envolver outros na sua ideia de alimentação, da vida etc. E diz que uma vez o mestre disse para ela ir para outro lugar (no processo espiritual) provavelmente refrescar o ser em geral: “perguntei a ele se deveria permanecer vegetariana. Ele disse: “Vou deixar isso para a sua discriminação”. E tudo o que eu pedisse a ele, dizia: “Vou deixar para você”. Portanto, toda a responsabilidade era totalmente minha”.

“Nós somos os árbitros de nosso destino. Veja, o Sufismo não é uma religião e nem uma filosofia. Eu gostaria de enfatizar isso. É um caminho para Deus. Essa é uma declaração importante. E onde quer que eles fossem, em cada país, eles assumiam a cultura daquele país, aquela parte da cultura que lhes convinha, é isso. Então, se eles forem para o Japão, eles usarão expressões japonesas e meditações japonesas, eu imagino, porque o princípio é deixar o homem sozinho e apenas lhe dar um pouco de orientação, e ele o encontrará sozinho, de qualquer maneira. Todas essas coisas não são muito importantes”.