DON’T GIVE UP

DON’T GIVE UP

Inúmeras escolas de idiomas e sites, e outros tantos professores particulares, mais a convivência diária com noticiário e Netflix … corrida desenfreada para aprender a ouvir, ler e escrever em inglês. Quem nunca se ateve a prestar atenção no idioma mais falado no mundo sofre muito por esse descaso.  E interfere duramente na conquista de trabalhos, além da frustração mortal de não se fazer entender, e o pior, não compreender o que lhe é dito.

Relações afetivas se distorcem, orientações escolares ficam comprometidas e oportunidades de trabalho se perdem.  Por exemplo, a orientação de mudança de building no campus do College, se não bem entendida te faz andar muito e nem sempre consegue chegar a tempo de fazer um exame. Ou, se vai numa entrevista bem preparada para expor suas habilidades e experiências e a orientação é de que volte no dia seguinte e você entende que deve esperar que te liguem, cria ansiedade e expectativas que te fazem sofrer muito… e que resultam em portas fechadas.

A eterna dúvida de ter entendido ou não o dito, causa desconforto intestinal, sudorese e noites de insônia. E uma vontade danada de desistir…por aqueles segundos intermináveis de silêncio cruel numa entrevista ao ser questionado sobre alguma coisa e, diante do incompreensível, não consegue emitir um único som diante dos olhares de todos…

Experiências desconfortáveis que te movem…e te colocam em pânico. Não existe outra alternativa…somente a de se jogar no inglês com coragem e ousadia…praticando.

Miami Dade College, em dowtown, oferece muitos cursos num preço accessível e com bons programas. E permite a socialização entre diferentes nacionalidades …falando o inglês gutural ou gestual, laços de irmandade se estabelecem entre os diferentes. O objetivo final é o mesmo…infantilmente entender e se fazer entender. Ir crescendo…para alguns mais rapidamente, outros lentamente, com a demasiada paciência dos professores que exigem: dentro da escola somente o inglês.

Roberto, haitiano, elegante na maneira formal de se vestir, magro na medida certa e com seus quase dois metros de altura, tem sempre um sorriso escancarado de dentição alva e perfeita. Está no nível seis do Esol no MDC e se destaca pelo sotaque francês e pelo seu alto nível de compreensão da língua inglesa. Deve ter cerca de 30 anos.

E é óbvio, que vive cercado pelas alunas pelos seus atributos físicos regados de muita gentileza em ajuda-las nas árduas três horas de Listening and Reading, após um dia de trabalho. Chinesas, russas, brasileiras, venezuelanas, peruanas e colombianas se deliciam com a sua entrega para o outro. E diferentemente dos demais rapazes da classe está sempre cercado, o que lhe permite disfarçar uma certa timidez.

Elizaveta, russa, ruiva, dedicada e introvertida, um pouco mais velha e igualmente elegante, toma posse da primeira carteira, indiferente ao grupo. Seria impossível imaginar uma aproximação mais estreita entre eles…

E o coração de Elizaveta é tocado violentamente pela tempestade magnética do amor.

Roberto e Elizaveta.

E, contrariando a  previsão, como a do furacão Michael que cresceu ao tocar o solo da Flórida nesta semana, a paixão entre eles se aflorou…

 

exatamente no momento em que, amparada por Roberto na forte ventania noturna na saída da escola (em Miami a ventania ficou por dois dias , único vestígio desse furacão), Elizaveta derreteu seu aparentemente duro coração.

 

 

 

Desde então são um só… Para os encontros basta se permitir receber gentilezas…em qual idioma for…

 

 

 

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