Geave Peace a chance – 5

Encontramos inúmeras informações e dicas para que saiamos do lugar comum, do dia a dia de aceitação do mundo atual, as lutas infrutíferas pela Paz. São 2 livros que tentam nos levantar, nos levar a analisar com mais profundidade o caminho que temos que perseguir e auxiliar na Paz.

O primeiro livro chama-se O menino do polegar verde, de Maurice Druon, que deveria ser lido pelas crianças e pelos adultos. Encontramos algumas preciosidades, mostrando como poderia ser simples não existir mais guerras e a Paz ficasse em evidência. Veja que a transformação só é possível com o trabalho de cada um em si. Tistu, o menino do dedo verde ou menino do polegar verde, é aquele em nós que tudo transforma e liberta, basta termos consciência para abrir a porta.

As pessoas não guardavam o nome dele e o chamaram de Tistu. E como ele diz, as pessoas grandes não sabem mesmo o nome do outro, não se lembram do nome e também não sabem, por mais que pretendam saber de onde foi que viemos, por que estamos aqui e o que devemos fazer neste mundo.

E Tistu percebe que quando alguém vem para a Terra com verdadeira missão, encarregados de executar certas tarefas, as coisas não são tão fáceis. As ideias pré-fabricadas que os outros manejam tão bem, recusam-se a ficar em nossa cabeça, entram por um ouvido e saem pelo outro. Constata ainda Tistu que a preocupação é uma ideia triste que nos comprime a cabeça ao despertar e permanece ali o dia todo. A preocupação se serve de qualquer meio para penetrar nos quartos, ela se insinua como o vento no meio das folhas, monta a cavalo na voz dos pássaros, desliza pelos fios da campainha.

Tistu não aprende nada na escola? Pois bem, não vai mais pisar em escola alguma! Se os livros o fazem dormir, fora com os livros! Vamos experimentar com ele um novo sistema de educação, já que não é como todo mundo! Ele aprenderá as coisas que deve saber, olhando-as com os próprios olhos. A vida, afinal, é a melhor escola que existe.

E não é que Tistu tinha um polegar especial, o dedo verde que tudo transformava. E a consciência vai se ampliando e percebe as grades que impedem que os prisioneiros fujam. A cadeia é horrível. Eles têm vontade de fugir. Querem curar sua maldade, experimentam, tentam ensinar a viver sem matar e roubar. Aprenderiam depressa se o lugar fosse bonito. E quando Tistu usa seu dedo verde tudo se transforma. Contagia todos, e não querem mais fugir, perderam o costume de se zangar e brigar.

A própria cidade que se chamava Mirapólvora se transforma em Miraflores. A fábrica de canhões e outras armas usadas na guerra se transformam em flores. Um canhão ao tentar jogar bombas soltava flores. Generais que se abasteciam em Mirapólvora retiraram seus pedidos de armas.

E foi um sucesso, uma reviravolta, pois ao invés do comércio de armas agora seria de flores. E quando morre o grande amigo de Tistu ele pergunta: como morreu se não teve guerra? Foi a velhice. Teve até a impressão de que o Sol perdia seu brilho, porém percebeu um cemitério bonito, cheio de árvores: “Parecem chamas da noite a brilhar durante o dia”.

O outro livro chama-se Momo e o senhor do tempo. Prefiro o nome antigo: Manu, a menina que sabia ouvir. O autor é o conhecido Michael Ende.

Um dia começou a correr o boato de que alguém estava morando nas ruínas. Era uma menina, meio esquisita, chamada Manu. Ela era pequena, magrinha, de modo que seria impossível dizer ao certo se teria apenas oito anos ou já estaria com doze. Uma manhã, alguns homens e mulheres da vizinhança foram visitá-la. Manu ficou em pé diante deles, com muito medo que quisessem mandá-la embora, mas eram simpáticos. Eles também eram pobres, e sabiam como é a vida. Foi por isso que Manu passou a ter constantemente visitas em casa. Quem precisasse dela, mas não pudesse ir até lá, mandava buscá-la. Não é que Manu desse tão bons conselhos, ou sempre encontrasse as palavras certas para dizer. Não é que ela divertisse o pessoal, cantando, dançando, ou tocando algum instrumento. Não é que ela tivesse poderes mágicos, ou lesse a mão, ou enxergasse o futuro. O que Manu sabia fazer melhor do que qualquer outra pessoa, era ouvir. Não é coisa que qualquer um pode fazer. E a maneira como Manu ouvia era realmente fora do comum.

Há na vida um grande mistério que é o Tempo. Existem calendários e relógios que o medem, mas significam pouco, porque às vezes uma hora parece uma eternidade, ao passo que de outras vezes passa como um relâmpago. Ninguém sabia disso melhor que os homens cinzentos. Eles tinham planos para utilizar o tempo que os homens gastavam, e era essencial que ninguém percebesse suas atividades. Aos poucos, tinham conseguido estabelecer-se na vida da grande cidade e de seus habitantes. Sem que ninguém notasse, eles progrediam dia a dia e gradualmente iam dominando a humanidade.

Cada vez mais, as crianças traziam consigo brinquedos, brinquedos caros que não eram bons de brincar, tais como tanques de controle remoto que andavam em círculo, porém não podiam fazer mais nada.

Mestre Hora. — Eles vivem do tempo que realmente pertence à humanidade.  Onde estão as crianças que vinham brincar no anfiteatro? — Agora tudo mudou. Os garotos que não têm quem cuide deles são levados para um Depósito de Crianças, onde estão protegidos e aprendem alguma coisa.

E os homens cinzentos querem mais:  estamos fartos de juntar aos poucos horas, minutos e segundos das pessoas. Queremos de uma vez todo o tempo pertencente à humanidade e é isso que Mestre Hora tem de nos entregar. E que acontecerá então com as pessoas? — perguntou Manu aos homens cinzentos — As pessoas? — ganiu a voz. — Há muito que são supérfluas no mundo.

E mestre hora pede ajuda da Manu.  Dependerá de você para evitar que o mundo pare para sempre ou que recomece a viver de novo. Sente-se bastante corajosa para enfrentar tal risco? — Sim! Quando o tempo cessar, não poderei acordar novamente, e o mundo ficará absolutamente imóvel para toda eternidade. Mas tenho o poder de dar a você — exclusivamente a você — uma flor das horas.

E com essa flor inicia o período em que Manu ajuda a acabar com os homens cinzentos.

É incrível como esses livros refletem a realidade de hoje em nosso planeta e mostram o aprisionamento dos homens que na sua cegueira se perseguem mutuamente, principalmente na luta pelo poder que resulta em guerras intermináveis.