As pessoas mudam com o passar dos anos?

“Assim, a formação do ego ocorre no contexto de um relacionamento com um objeto de amor primário, a pessoa maternal. Esta é a fonte do analista inglês W. Ronald D. Fairbairn que chamou essa abordagem de “teoria das relações objetais”. Cada situação ou interação entre o bebê e a mãe é uma relação objetiva. Exceto nas fases iniciais, em que não há nenhuma diferenciação, o bebê sempre se vê em relação à mãe, não isoladamente. As memórias de tais interações são representações mentais das relações objetais. O bebê se lembra não apenas de si mesmo (essa é a imagem de si mesmo), mas sempre também da imagem da mãe na interação. A fixação dessas representações na mente é chamada de “internalização”. Quanto mais essas representações se acumulam, o que significa que quanto mais memórias são retidas e fixadas, inicia-se um processo de organização dessas representações. Essa organização das relações objetais internalizadas é a tarefa do processo de separação-individuação, que normalmente culmina no desenvolvimento da constância do self e do objeto”.

“Assim, o sentido do self, baseado na autoimagem coesa, é o resultado de uma integração das primeiras relações objetais. Esta organização do ego é modificada constantemente à medida que mais relações objetais são internalizadas, mas identificações posteriores, após a idade de aproximadamente três anos, acrescentam pouco em termos da estrutura básica. Isso contradiz a crença popular de que as pessoas mudam com o passar dos anos. O fato é que o passar do tempo apenas solidifica a estrutura já estabelecida. Esta é uma das razões pelas quais a mudança na psicoterapia não é fácil. Esteja ele em psicoterapia, apenas vive uma estrutura já estabelecida, expressando uma qualquer ou não, uma individualidade individual já formada, com seus papéis previamente estabelecidos. Novas situações podem parecer trazer mudanças, mas essas mudanças raramente são fundamentais, em geral apenas trazendo à tona na manifestação comportamental outros papéis do repertório inconsciente do self”.

AHAlmaas

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