Educação mesmo – 2

Educação mesmo?

O que podemos falar sobre educação? O Professor Pacheco pode, conforme consta de entrevista já antiga ao UOL em 2009. O que mudou até 2013?

Idealizador da Escola da Ponte, em Portugal, instituição que, em 1976, iniciou um projeto no qual os estudantes aprendem sem salas de aula, divisão de turmas ou disciplinas, o educador português José Pacheco afirma que as escolas tradicionais são um desperdício para os estudantes e os professores.

“O que fiz por mais de 30 anos foi uma escola onde não há aula, onde não há série, horário, diretor. E é a melhor escola nas provas nacionais e nos vestibulares”, diz. “Dar aula não serve para nada. É necessário um outro tipo de trabalho, que requer muito estudo, muito tempo e muita reflexão.”

Como pode, não é? Aceitar um escola onde não tem aula. Uma Escola onde o Professora Pacheco sempre recebeu os piores alunos da região de Lisboa, em Portugal. Sua escola sempre esteve de portas abertas a qualquer aluno, sem restrições. Afinal o que é restrição?

UOL Educação – Em suas andanças pelo país, qual o absurdo que mais chamou sua atenção?

Pacheco – O maior absurdo é que a educação do Brasil não precisa de recursos para melhorar. O Brasil tem tudo o que precisa, tem todos os recursos e os desperdiça.

Nã é interessante o que fala o Pacheco. Por sorte ele sempre está no Brasil falando com professores, auxiliando em projetos pelo bem dos jovens alunos brasileiros.

A educação tem que ter um primeiro pilar: Liberdade!

O desperdício maior tem a ver com o funcionamento das escolas. Os professores são pessoas sábias, honestas, inteligentes e que podem fazer de outro modo: não dando aula, porque dar aula não serve para nada. É necessário um outro tipo de trabalho, que requer muito estudo, muito tempo e muita reflexão.

UOL Educação – As famílias não estão acostumadas com escolas que não têm classe, professor ou disciplinas. Querem o conteúdo para o vestibular. Como se rompe com esse tipo de mentalidade?

Pacheco – Pode-se romper mostrando que é possível. Eu falo do que faço, e não de teorias. O que fiz por mais de 30 anos foi uma escola onde não há aula, onde não há série, horário, diretor. E é a melhor escola nas provas nacionais e nos vestibulares. Justamente por não ter aulas e nada disso.

A entrevista é antiga mas o trabalho a se fazer é necessário e bate a nossa porta.

E relembramos Cominius, o grande educador moderno, ainda a ser seguido:

…desejamos que seja descoberto um método pelo qual, assim como as coisas já estão colocadas em ordem por força da Luz, assim também as mentes possam sobordinar-se às coisas, por força da Ordem, para que, na medida em que todas as coisas estão entre si ordenadas e unidas pelas leis eternas da Verdade, nessa mesma medida possam os homens participar dessa luz, dessa ordem e dessa verdade das coisas, reconduzidos cada um deles, dentro de si, e todos, entre si, a uma harmonia semelhante, e isto realmente. (do livro de Wojciech: Comenius, a persistência na Utopia em educação.

A Liberdade dada às crianças e jovens em sua educação, sem serem formatados e reformatados pelo ensino arcaico e ainda existente, permitirá que com o tempo reconheçam a verdade que está em seu coração, a essência de seu ser.

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