Uma lição para todos nós e salve-se quem puder

Em qualquer ramo de atividade é imprescindível que alguém tenha “visão de futuro”, como se diz popularmente. Não podemos nos acomodar, seja como Empresário ou como Funcionário de alguma empresa. Várias empresas automobilisticas estavam felizes e conquistando o mercado americano. Todas as grandes montadoras se já não estavam com um pé no mercado americano correram para fazê-lo.

Pergunto:

  • Será que nenhum dirigente da indústria automobilistica imaginou que existia uma bolha de consumo com financiamento fácil (imóveis ou veículos)? Quem bancava?
  • Que o caminho na área automotiva era dos carros menores ou grandes com baixo consumo de combustível?
  • Que a Europa também já não renovava a frota como antes?
  • Que somente em Países emergentes existia uma real curva de crescimento em vendas?
  • Que também no Japão a coisa não era como antes, vender ficou mais difícil?
  • Que novos combustíveis poderiam ser alternativa interessante, sem se amedrontar com o cartel do Petróleo?
  • Que a automação e racionalização eram primordiais em linhas de montagem?
  • Que os designers de veículos estavam meio perdidos e saber porque seguiram uma tendência da Volks/ Audi (frente dos veículos). Como a atual linha Fiat-Pálio, Volkswagen, GM e outras;
  • Que deveriam urgentemente diminuir custos, doa a quem doer?
  • Que a qualidade dos veículos deveria seguir rigidos controles?
  • Necessidade de diminuir o custo-produção de um veículo?
  • Que seguir os passos de outras montadoras era equivocado? Ficar aguardando o que a Mercedes Benz e Toyota pensavam?
  • Seguiram os passos de empresas que sabiamente investiram em carros híbridos?
  • Observaram que a Nissan criou motores 1.8 de tamanho menor surpreendentes e com baixo consumo de combustível?
  • Que a Mercedes Benz pesquisou muito para lançar sua nova linha de motores diesel de baixo consumo e alto desempenho?
  • Que a Toyota sempre trabalhou com baixo custo de montagem e sem estoque parado?
  • O fenomenal casamento de motores bem desenvolvidos com automático CVT (como o Fit da Honda)?
  • Que a Mazda/Ford não abandonaram o motor Wankel que ainda é revolucionário e aceitaram regras de competições esportivas que não permitiram misteriosamente o Wankel nas competições?
  • Não abriram os olhos para observar que a maior parte do mercado já caminhava para carros com alta tecnlologia ao invés das caminhotes e SUVS enormes?
  • Que em sua sede de crescimento e de olhos vendados compraram marcas que não levariam a nada, como a compra da Hummer pela GM (que besteria a ser desfeita), a Chrysler pela Daimler (como casar conceito alemão com americano)? A Ford já se livrou de algumas.
  • A loucura de tornar toda a linha de veículos com cara parecida, tipo toda a linha Volks no Brasil, GM do Brasil?
  • Se prender a um conceito de design característico da marca, como Seat, Lancia, e outros?

Poderia escrever inúmeros motivos para mostrar que os problemas que estão surgindo estavam à vista. Deve-se sempre trabalhar o gasto dentro dos piores momentos do mercado e não se basear na crista da onda.

Em nosso País o caminho do endividamento pessoal e empresarial cresce a passos largos. Seja, o investimento na moradia (caminho seguro para quem compra) ou o financiamento do veículo em prazo elástico (Eu também tenho carro financiado em60 meses). Todos precisamos de um carro novo ou semi-usado para nos locomover e nada como um financiamento longo (taxa de juros baixa). O problema é nos empolgarmos com um carro de valor mais elevado e que poderá comprometer o orçamento no futuro. Sempre é possível vender o carro financiado, mas quem trocaria um novo por um usado? Só se o aperto for grande.

Passa o tempo e no vemos enforcados. E neste ponto cresce a demanda por carros econômicos. No Brasil (como na China, México e na Russia) existem muitos empresários com rendimento alto e ainda consumindo carrões beberrões, mas que conferem status de poder econômico. O crescimento das vendas no Brasil e nos paises citados é patente pois a produção (focaram somente o mercado americano) atual não atende a demanda de consumo. Não existe carro novo para atender a camada populacional com maior poder aquisitivo.

Sabe-se que a Toyota e outras grandes já estão revendo seu projetos de crescimento nos EUA, pensando em como enfrentar a diminuição gradativa das vendas.

A Mercedes Benz está um pouco mais tranquila pois se preparou para o momento e mesmo assim vai sofrer um pouco.

A BMW devido o elevado preço do barril de petróleo além da recessão nos EUA está revendo sua espectativas de ganho. A matéria-prima subiu, o dólar enfraqueceu, o impacto da crise financeira internacional. A BMW abandonou o plano para a construção do X7, que teria sido seu maior veículo utilitário-esportivo. O diretor da BMW Reithofer advertiu que no próximo ano não haverá recuperação: “Presumimos que 2009 será outro ano cheio de desafios difíceis”.

A Renault/ Nissan e Honda estão revendo as previsões. A Chrysler cortou mais de 100000 empregos desde 2006.

A Ford enfrenta sérios problemas financeiros.

A GM acaba de anunciar um prejuízo de U$ 15.5bilhões (£ 7.8 bilhões). É a terceira maior perda da sua história com uma quebra nas vendas norte-americanas e uma série de encargos financeiros. A GM especializada em veículos 4×4 com alto consumo, que estão nos pátios da montadora parados, de repente fora de moda. De repente? Não viram antes?

A GM está confiando em um corte de 15% na sua mão de obra norte-americana, novos empréstimos (loucura, loucura) e no aumento das vendas. Como? Com quais veículos?.

Precisamos ficar preparados para o que está por vir. Salve-se quem puder.

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