Isha Schwaller de Lubicz: Quem quer subir até o topo deve procurar a base na gruta.

MEDIAÇÃO DO CORAÇÃO

Esta consiste em concentrar calmamente a atenção sobre o coração e a região entre o coração e plexo solar, que é a correspondência física do Coração Espiritual [Spiritual Heart]: pois ali está o verdadeiro tabernáculo da Presença Divina cujo templo é o corpo humano. Este deve ser o foco de nossa atenção, a fim de que possamos ser capazes de ouvir a voz da nossa Testemunha Espiritual, e manter o Fogo vital.

Este sentimento da Presença se tornará uma força ajudando-nos a superar todos os tipos de obstáculos, se nós o intensificarmos constantemente por “mediação”.
Esta “mediação”, ou meditação sobre o Coração Espiritual [meditation on the Spiritual Heart], deve começar com um intenso esforço para identificar o próprio coração com o Coração do Cosmos, que é a nossa fonte de luz e vida, o foco e princípio de toda afinidade.

Em seguida, é preciso deixar-se penetrar pela força pacificadora do próprio coração físico e espiritual, e por confiança nele permitir que ele tenha pleno efeito. Isto não é de nenhuma maneira uma questão de autossugestão ou imaginação, mas sim de identificação ou comunhão direta com a realidade..

Abertura do Caminho

Sem ser controlado por você, este seu coração bate o tempo da sua vida, e, seja este rápido ou lento, o que você pode fazer sobre isso?
Que ritmo cósmico tem regulado este pêndulo?
Será que você sabe, o mais inteligente homem?
Quem obrigou você a ser o joguete deste mistério?
Talvez, então, você possa entender como o seu alimento se transforma em sua própria substância, sua e não a de um animal?
Ou como a matéria, quimicamente transformada por sua digestão, pode ser finalmente transmutada em uma viva substância personificada, de fato animada pela mesma energia que seu corpo?

Não adianta responder em termos químicos, pois a ciência deve parar aqui; em última análise ela só pode notar que a transmutação ocorre, sem explicar a última fase da mesma. Nem pode ela explicar como a quantidade minúscula de matéria nutritiva que o corpo não elimina é suficiente para mantê-lo.

E o que é você mesmo?
De que luz você é a sombra?
De que forças você é a forma?
Do que é a projeção de seu corpo?

Observe a [reflection), e o contorno do seu corpo, que, aparentemente, delimita sua vida. Este é o corpo, a coisa pela qual você faz tudo por ele você deseja a sua vida diária, por ele você trabalha, por ele você ama, por ele você tem medo, e você luta para preservar a sua vida física, para satisfazer os seus sentidos, gostos e apetites…

Olhe para ele.  

Ou que vai te dar por todos os seus problemas?
Pergunte a ele. Tente extorquir seus segredos daqueles olhos que expressam tão pouco da luta de uma alma que é a própria. Descubra o seu significado, se você puder.

Tradução: Quem quer subir até o topo deve procurar a base na gruta.

Quem é você, meu corpo, você tem um pequeno mundo ao seu serviço durante toda a vida?
De onde vem tua forma, Ó forma responda-me! Você é eu [me], você deve saber de mim!
E eu (me), quem sou eu?
Eu mesmo, ou você?
É impossível! Se você fechar esses olhos meus,
Eu ainda posso ver você, dentro de mim mesmo; mas você, o reflexo, não pode estar ciente de mim.
Portanto há um eu mesmo, que sabe, e uma reflexo?”

Ouça agora. Em seu peito há algo em movimento.

Seus impulsos controlam o fluxo do seu sangue, o qual ele recebe de volta e envia sem descanso ou pausa, e ele tem estado a bater desde que existe; mas ele tem estado batendo sem o seu conhecimento.
Ele bate a cada segundo de sua existência, mas que conhecimento sobre ele você tem?
Tente pará-lo. Você não pode, sua vontade não sabe nada sobre ele. Apenas a sua emoção pode acelerá-lo.

O quê! Um impulso imaterial age sobre um objeto físico?

Deixe o intelecto explicar isso!..

A Abertura do Caminho

A possibilidade de distinguir sem erro entre a certeza e a mera probabilidade de uma experiência de identificação pode ser chamada de “o discernimento de discernimento.” [“the descernment of discernment”]

O valor de um clarão (flash) de discernimento não pode ser medido em tempo, é um momento de sabedoria, de conhecimento verdadeiro. Um sábio pode desfrutar de tais momentos mais ou menos frequentemente, mas eles nunca são contínuos – enquanto ele for obrigado a submeter-se aos acidentes e relativismo da vida na terra. O discernimento de um verdadeiro discernimento exige do homem que o pratica um conhecimento experimental de seus próprios estados diferentes de consciência e do valor da evidência que eles lhe oferecem. Somente em tal caso pode o nosso discernimento ter o valor de realidade e, assim, permitir-nos encontrar nossas respostas.

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