Geave Peace a chance – 6

E neste domingo encerramos a série Geave Peace a chance. E mais uma vez mostramos várias idéias sobre a Paz verdadeira e perene.

Vai dizer-lhes que não te sobra tempo para as guerras deles, que tens mais que fazer… deixa então que diplomatas e marechais se matem uns aos outros. Tais seriam as coisas a serem feitas, se não mais bradasse “Viva” e sem direito a opinião própria… Perguntas-me se poderei dizer quando viverás a tua vida em paz e segurança. A resposta consiste no inverso da tua forma de ser atual: viverás bem e em paz quando a vida significar para ti mais do que a segurança, o amor mais do que o dinheiro, a tua liberdade mais do que as linhas diretivas do partido ou a opinião pública, quando te for possível viver o pensamento dos grandes homens em lugar dos crimes dos ditos grandes guerreiros, quando os professores dos teus filhos forem mais bem pagos do que os políticos, quando puderes reconhecer os teus erros refletindo a tempo, e não demasiado tarde como fazes hoje, quando sentires que o teu espírito se engrandece conhecendo a verdade e as formalidades te inspirarem horror, quando finalmente a face humana do homem da rua puder expressar a alegria, a liberdade e a comunicação, não mais a tristeza e a miséria.

A tua grandeza é a única esperança que nos resta a todos…

Pois que me foi possível escutar a voz que murmurava no meu intimo: Existe apenas uma única coisa que vale a pena: viver bem e alegremente a própria vida. Escuta a voz do teu coração.

Wilhelm Reich nasceu em 1897 na parte oriental da Galícia, posse do Império Austro-Húngaro. Acusado de charlatanismo, perseguido pelos nazistas e pelos democratas norte-americanos, expulso do círculo de psicanalistas e do Partido Comunista. Foram inúmeros os problemas que teve com todos os tipos de poderes instituídos. Isso graças ao vigor de seu pensamento e de sua independência frente às instituições repressivas que tanto criticou. Afirma que o orgasmo sexual pleno e satisfatório é o regulador biológico da harmonia vital e que as neuroses são provocadas através dos bloqueios à afetividade..Segunda obra importante de Reich, Análise do Caráter, foi considerado como o que de melhor e mais profundo se havia dito sobre psicoterapia. Foi escrito para o analista e desenvolve com exatidão – com numerosos exemplos clínicos – sua singular técnica terapêutica. Considerado “pai” das Psicoterapias Corporais, Wilhelm Reich entende o ser humano como uma das expressões da energia que chamou orgone, uma energia que preenche todo o espaço cósmico e se expressa em diferentes concentrações, movimentos e formas.

Trigueirinho:

A mesma força negativa que impulsiona os homens primitivos à luta e os leva a dizimar impiedosamente os semelhantes persiste nos povos mais desenvolvidos sob a capa de uma fria imposição de tendências. É um mal que ainda paira na órbita deste planeta e que sobreviverá enquanto puder alimentar-se das respostas dos homens à sua vibração. Torna-se mais do que nunca premente perceber o germe destrutivo que a necessidade de autoafirmação humana detém e, conscientemente, deixar de nutri-lo.
Este planeta será liberto dos diversos graus de violência que hoje abriga, pois serão eliminadas não somente as manifestações dela, mas principalmente os seus fundamentos, que são, entre outros, o apego que os seres humanos têm às suas perspectivas e opiniões pessoais. Aferrados a elas, não conseguem atingir um estado de plena entrega e abertura ao que é superior e correto, e são capazes de desvirtuar, negar ou omitir o real em favor de crenças sectárias.

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Khalil Gibran, nasceu em 1883 em Bsharri, nas montanhas do Líbano:

O Pássaro e o homem tem essências diferentes.
O homem vive à sombra de leis e tradições por ele inventadas;
o pássaro vive segundo a lei universal que faz girar os mundos.
Acreditar é uma coisa; viver conforme o que se acredita é outra.
Muitos falam como o mar, mas vivem como os pântanos.
Muitos levantam a cabeça acima dos montes;
mas sua alma jaz nas trevas das cavernas.
A civilização é uma arvore idosa e carcomida,
cujas flores são a cobiça e o engano e cujas frutas
são a infelicidade e o desassossego.
Deus criou os corpos para serem os templos das almas.
Devemos cuidar desses templos para que sejam
dignos da divindade que neles mora.
Procurei a solidão para fugir dos homens, de suas leis,
de suas tradições e de seu barulho.
Os endinheirados pensam que o sol e a lua e as estrelas se levantam
dos seus cofres e se deitam nos seus bolsos.
Os políticos enchem os olhos dos povos com poeira
dourada e seus ouvidos com falsas promessas.
Os sacerdotes aconselham os outros,
mas não aconselham a si mesmos,
e exigem dos outros o que não exigem de si mesmos.
Vã é a civilização. E tudo o que está nela é vão.
As descobertas e invenções nada são senão brinquedos
com a mente se diverte no seu tédio.
Cortar as distâncias, nivelar as montanhas,
vencer os mares, tudo isso não passa de
aparências enganadoras, que não alimentam o
coração e nem elevam a alma.
Quanto a esses quebra-cabeças, chamados ciências e artes,
nada são senão cadeias douradas com os quais o homem
se acorrenta, deslumbrados com seu brilho e tilintar.
São os fios da tela que o homem tece desde o inicio
do tempo sem saber que, quando terminar sua obra,
terá construído a prisão dentro da qual ficará preso.
Uma coisa só merece nosso amor e nossa dedicação, uma coisa só…
É o despertar de algo no fundo dos fundos da alma.
Quem o sente não o pode expressar em palavras.
E quem não o sente, não poderá nunca conhecê-lo através de palavras.
Faço votos para que aprendas a amar as tempestades em vez de fugir delas. 

A.H. Almaas

Paz não é um estado emocional ou apenas a ausência de conflitos; é antes a presença de imobilidade, o que é um aspecto da Essência. É a presença do Ser como absoluta quietude e calma. Este silêncio não é experimentado como maçante ou vago, mas como um tipo requintadamente vivo de consciência. Paz envolve a cessação da atividade do ego torturante, com suas esperanças e desejos, esforços e resistências. É por isso que é muitas vezes sinónimo de morte do ego. A paz é, na verdade, tanto a morte e a vida da mesma consciência. Deus como Essência.