A ignorância se dissolve – o insight e o autoconhecimento surgem

Mais um resumo de capítulo do livro – The Unfolding Now. Informações coletadas do encontro de Hamed Ali com os alunos mais antigos de seu movimento espiritual em 2003, livro publicado em 2008.

Cap 10

Assim, como vemos, em certo sentido, nossa prática é uma questão de autoconhecimento, auto iluminação. É iluminação, um saber. O conhecimento de que estamos falando aqui não é um conhecimento conceitual, lembre-se.

O conhecimento conceitual sempre se torna ignorância conceitual. Mesmo que você saiba algo que é verdadeiro, mesmo que reconheça algo sobre sua Verdadeira Natureza, no momento em que se torna conceitual e fica arquivado em sua mente, torna-se uma imagem.

Se você toma a imagem como realidade, ou começa a ver a realidade através dessa imagem, ela se torna um véu novamente.

Torna-se ignorância.

Assim, o saber de que estamos falando tem que ser imediato. É por isso que dizemos que você não apenas precisa estar ciente, mas também estar totalmente presente. Sua consciência do que você está experimentando tem que preencher todo o campo de sua consciência. Tem que sentir o que está lá, sem véus ou filtros. Seja o que for que você esteja sentindo – ódio, rejeição, resistência, raiva, felicidade, amplidão – você permite que isso preencha toda a sua consciência, para que você o sinta direta e completamente. E o sentimento disso, a experiência do que quer que esteja surgindo, é inseparável do conhecimento disso – porque você não pode conhecer a Verdadeira Natureza conceitualmente, através da mente discursiva.

No entanto, o desenvolvimento da mente discursiva é um estágio necessário para desenvolver a capacidade discriminativa de nossa consciência inerente. E é útil para realizar as tarefas da vida. Mas não é o tipo de conhecimento necessário para a realização. Esse tipo de conhecimento tem que ser mais um conhecimento sentido, um conhecimento experiencial. Eu chamo isso de conhecimento imediato ou direto. No ocidente, temos uma palavra para isso – “gnose”, que significa “saber”.

Mas a gnose é um conhecimento através do Ser, pelo contato imediato em que o sentir e a experiência do conhecer são inseparáveis. Então, precisamos refinar nossa linguagem e entender os termos de uma forma que torne nosso discernimento mais afinado e mais apurado. Ao ver a natureza da gnose – o conhecimento direto que confronta nossa ignorância – podemos avaliar que é um conhecimento não-dual.

Nós nos movemos além da dualidade que permeia nossa percepção e nosso conhecimento habitual da mente. Isso, por sua vez, torna mais possível ver e reconhecer a Verdadeira Natureza. É por isso que nossa prática de investigação é uma investigação de nossa experiência. É por isso que nossa meditação é a imediação do Ser, que é o ser, a presença e a consciência que permeia a presença. E a consciência que permeia essa presença cria a possibilidade de reconhecimento, de conhecimento direto, ou gnose. Quando essa capacidade de reconhecimento é desenvolvida, e estamos experimentando a Verdadeira Natureza, podemos reconhecer que isso é o que realmente somos e que é realmente a natureza de tudo. O que você não vê, não se desenvolve. Se você não reconhecer uma parte específica de sua experiência pelo que ela é, ela não se revelará completamente.

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