Os jovens e o caminho espiritual no século XXI

O caminho espiritual é uma preparação para o despertar espiritual – quando se tem a percepção de que algo repentino e pouco usual se nos apresenta como: um raio luminoso, uma luz, um momento mágico, um instante de pausa inesperada, repentina alegria. São momentos rápidos e que ocorrem quando menos se espera, pois é algo ligado a uma outra força, uma luz-força que não vemos, mas que tudo sustenta e está dentro de nós.

É um momento mágico e que traz um conforto interior inigualável – e já queremos que se repita ou informar outros sobre esse acontecimento tão precioso, e ignorado na maioria das vezes. E queremos transformar em rotina, criar um manual ou escrever um livro. O despertar espiritual, lampejo passageiro pode e deve se repetir – mas somente em momentos em que a chave de tensão cai, uma pausa repentina e da qual não temos controle – caso contrário iriamos prendê-lo, tê-lo como posse. Isso mostraria que ainda estamos presos numa gaiola. E muitos movimentos ditos espirituais surgem a partir de um só desses insights.

E isso está acontecendo com qualquer um e normalmente não se tem percepção do fato – e ocorre quando estamos em alguma atividade durante a qual esquecemos de nós mesmos.

É a manifestação de nossa essência. O real em nós.

E quanto ao planeta? No atual momento grande parte de seus habitantes e o próprio planeta caminham juntos na viagem interior e as máscaras ou cortinas vão caindo e vai clareando e possibilitando a visualização de galáxias e sistemas solares distantes, com equipamentos precisos – é o nosso interior mais profundo sendo revelado.

E tem outra viagem, paralela e importante, para o espaço interior das células que sempre se renovam a partir das tronco, onde a verdadeira magia da vida acontece, como dito por Bruce Lipton, e mais diz ele: “Eu sou o mestre da minha atividade genética.” Você é?

É tão simples assim?

E os jovens de 5 a 25 anos?

Todas as informações, e são muitas, quanto ao espiritual estão disponíveis para quem quiser, e como quiser, utilizando buscas que utilizam a Inteligência artificial (que nós alimentamos e continuaremos a alimentar – com informações durante a utilização pelas perguntas feitas, diálogos captados de aparelhos celulares ou câmeras inteligentes interligadas a cada esquina das cidades). Se o jovem tiver discernimento para tal não existem limites. Mas não pode parar por aí.

Para prosseguir precisaremos recordar alguns acontecimentos passados e importantes para clarear o atual momento e desvendar os princípios de um caminho espiritual realmente novo no Século XXI, com ênfase nos jovens. Pesquisas recentes mostram que 31% dos jovens de 5 a 25 anos (jovens americanos) disseram que não pretendem frequentar movimentos religiosos ou espirituais. Outros 50% se dividem entre católicos e evangélicos (frequentando ou tem simpatia) e 19% frequentam trabalhos espirituais entre as várias escolas e vertentes. Não é muito diferente no Brasil.

Nos últimos tempos foi aberta gradativamente uma possibilidade cada vez maior para o desenvolvimento espiritual, graças ao trabalho interior e mensagens libertadoras de muitos pesquisadores sérios da Verdade: que dormita um ser, uma força, uma luz, um botão de rosa em nosso mais profundo interior e que precisaria ser despertado, germinar, irradiar novamente, se abrir. Como a flor de lotus que surge no pântano escuro de nosso ser.

A pergunta que fica no ar é se todos estão preparados no básico: ponderar sobre a necessidade de cura de seres desequilibrados psicologicamente e dar um passo além do equilíbrio (no momento psicológico – se estiver pronto) – o campo espiritual.

A seguir, abordaremos 3 opções muito interessantes para elucidar e clarear o ponto onde é necessário um novo caminho espiritual para os jovens. O básico é saber que praticamente todos nós temos traumas, por exemplo o medo (medo vem de que lugar?), que podem ser minimizados com atuação da Psicologia moderna, na Educação do século XXI e mais lentamente (mas efetivo) nos movimentos espirituais atuais:

  1. O caminho da Psicologia moderna
  2. A Educação moderna
  3. Escolas e movimentos espirituais atuais

O caminho da Psicologia moderna

Vamos recordar o que Henri F. Ellenberger nos traz em seu livro “A descoberta do Inconsciente”: “Nenhum ramo do conhecimento passou por tantas metamorfoses como a psiquiatria dinâmica: da cura primitiva ao magnetismo, do magnetismo ao hipnotismo, do hipnotismo à psicanálise e às escolas dinâmicas mais recentes”. Processos utilizados para revelações do inconsciente – somente por motivo extremo, para atendimento de casos de claro e aparente desequilíbrio do ser. E o fim seria a reintegração da pessoa no normal aparente, com o objetivo de se integrar novamente, digamos com a sociedade – algo básico.

E neste ponto é bom frisarmos que parte dos pesquisadores do inconsciente tinham aberto espaço para seu ser interior, a essência se manifestando em muitas ocasiões – e nesse caso poderiam auxiliar realmente outra pessoa (como um Psicólogo ou Mentor pode auxiliar alguém se não chegou ou ultrapassou à fronteira do espiritual em seu próprio ser?).

A realidade é que, tempos atrás, as necessidades de sobrevivência não permitiam uma pesquisa mais aberta e profunda sobre o espiritual e quando o manifestavam externamente eram duramente criticados e perseguidos.

Mas não é tão simples assim. Pois no trabalho desenvolvido é necessário que a pessoa, conduzida pelo terapeuta, relembre fatos marcante que resultaram no seu desequilíbrio emocional e psicológico. E como foi importante a descoberta do inconsciente e como dito acima tinham métodos para acessá-lo e tentar descobrir o trauma.

Pierre Janet falou do desvelamento de possível inconsciente fixo. E faço a ligação vindo já para um tempo mais recente com os trabalhos do revolucionário Wilhelm Reich. Faço a ligação dessas partes fixas do inconsciente com as couraças de Reich.

Segundo Reich, essas emoções mais fortes ou traumas resultam em nervuras-couraças (energia acumulada): grandes decepções, primeiros contatos com o mundo externo ao nascer e até antes, grandes pressões e violência seja na família, escola e comunidade etc. Reich propôs que a manipulação das couraças liberaria o fluxo de energia acumulada. (Há sete segmentos de couraça muscular, segundo Reich: cervical, peitoral, diafragmático, abdominal, ocular, oral e pélvico).

Podemos comparar as couraças de Reich com o subir às montanhas (conforme as couraças formadas) e descer quando desvelado algum trauma, dissolvendo a couraça (aquela montanha já não existirá mais). E assim vai, montanha a montanha, couraça a couraça.

Até chegar na principal, digamos o primeiro grande trauma sofrido – onde a essência, primordial e interior do ser, o real em nós, até então preponderante no sistema do recém-nascido (nos primeiros 7 anos ou gestação) sofreu um trauma causado por alguma atividade exterior violenta, tipo: briga na família durante a gestação, trauma no período da gestação, trauma no nascimento, brutalidade e incompreensão para com o pequeno ser, atividade no período escolar com a possibilidade de relacionamentos viciosos e maldosos, com relação aos professores, movimentos religiosos desvirtuados, sociedade preocupada somente com o material e cada um defendendo seu osso, etc.

O medo está ligado a uma dessas couraças.

E Reich abriu caminho para a Psicologia moderna, e foi o primeiro a trabalhar em contato com o corpo. Enfoque na respiração (ele afirmava e com razão que os homens não respiram) e por meio de pequenos movimentos sutis propostos ao paciente poderia dissolver as couraças. Certamente, a intenção é buscar os pontos de tensão.

Um seguidor de Reich, Alexander Lowen, criou o grounding, uma das técnicas mais famosas e utilizada na Psicologia Corporal de Lowen – a Bioenergética. Esta técnica tem como objetivo levar a pessoa a movimentos espontâneos, coordenados e efetivos, à qualidade da graça natural – um fluxo de excitação percorre o corpo, da cabeça aos pés. Junto com Pierrakos, criou posturas em pé, e outras posições e ações, para promover vibrações, com o objetivo de liberar as tensões crônicas. Para Lowen, na posição de pé a pessoa pode sentir o solo e o eixo do seu corpo.

Neste ponto é bom repetirmos que se o terapeuta ou digamos, mestre, não tiver feito o processo em si – processo este em que se equilibra o ser desta natureza abrindo caminho para o espiritual (Lowen foi aluno do Reich) – não vibrará imperceptivelmente o lado espiritual. E aqui coloco os tratamentos posturais do RPG (reposicionamento corporal) que abrandam certas couraças e somente um paciente que desenvolveu algo espiritual usufruirá indiretamente.

Se o seu ser está equilibrado o próximo passo é o espiritual, e caso o mestre não o tenha feito o paciente, digamos, ou pesquisador não terá o suporte interior necessário e fortalecerá em muito a personalidade, que deveria se tornar flexível para abrir caminho para o espiritual, permitir que sua essência interior se manifeste.

Veja, o problema crucial na Psicologia é o terapeuta – que precisa, é primordial, se conhecer interiormente e que sua força (luz) interior – essência – vibre.

Imagine, quantos Pais e Avós etc. passaram por um processo autêntico na Psicologia Moderna e ultrapassaram o limite para o espiritual – qual o estado de seus filhos, ou, reflexo nos jovens da Geração Z, ou Y?

A Educação moderna do século XXI

Os jovens que frequentam escolas diferenciadas e com trabalhos por projetos (e não aulas e avaliações tradicionais que só causam mais traumas – um ensino sem efetividade) e democráticas e Pais (principalmente) que já estão mais livres de pressões – têm sua essência preservada e atuante em sua maioria. Existe grande possibilidade de não terem formado couraças, grandes traumas – pelo tratamento diferenciado e baseado somente no amor.

Desde o surgimento das Escolas ditas democráticas (Summerhill), Ensino Waldorf, Escolas Lumiar e sua pedagogia mosaico, Escolas Reggio Emília, as Escolas influenciadas pelo José Pacheco (Open Learning e Escola da Ponte) e tantas outras – onde o Professor é um colaborador e a criança a referência principal do ensino (recebe com alegria os excluídos). Onde professores e orientadores ainda estão vivos (como diz o educador português José Pacheco). Estive em contato com Pais da Escola criada pelo Krishnamurti – a Oak School, Ojai na Califórnia (tem outras 2 na Índia e na Inglaterra). E quem não se lembra da fenomenal Escola do Leo Tostoi: Yasnaia Poliana.

Nada contra outras escolas que por vezes têm professores diferenciados (livres interiormente) ou Pais livres e libertos. Nesses casos a criança preserva em seu ser a pureza original, a essência de seu ser sinalizando que não sofreram traumas profundos.

Vejam, quantos seres foram tocados com esses processos de ensino. Quantos jovens de hoje e até avós estudaram nessas escolas especiais e se tornaram seres humanos no real sentido da palavra. Um ser humano diferenciado e liberto – um passo para o espiritual.

Como Reich dizia em seu livro, o Assassinato de Cristo, que as crianças desde a gestação sofriam traumas familiares e em todo o procedimento de nascimento, ensino etc.

E já faz um tempo que pais decidem fazer os procedimentos de parto de modo mais natural e sem causar traumas no pequeno ser que nasce.

E esses jovens em sua maioria começam a manter relacionamentos em que o outro sempre é uma página em branco, como um primeiro encontro.

Escolas e movimentos espirituais atuais

O outro caminho que tínhamos até as portas do século XXI e ainda valida para muitos, e não mais para os 31% de jovens, são as Escola Espirituais e Mestres que trouxeram a boa nova sobre o caminho espiritual e o objetivo de estarmos vivos neste universo. Não podemos esquecer, que em qualquer movimento espiritual muitos conseguem se abrir para o novo (poderíamos dizer sair da gaiola) e voar como Fernão Capelo e Gaivota. E de todo e qualquer movimento religioso existente e trabalhos orientais.

Considero autenticas Escolas Espirituais as que utilizam um item básico e fundamental (um fechamento de todos os importantes e necessários trabalhos que realizam): reuniões em grupo, onde seres se relacionam como páginas em branco – permitindo um contato de essência para essência entre todos. Veja aqui a importância do relacionamento (as máscaras caem uma a uma) em plena liberdade.

Sempre é bom um alerta neste caminho, e que mostra sua naturalidade, como dizia J. van Rijckenborg:” Da primeira à última letra compreendemos, no grupo unido no Espírito, qual é nossa verdadeira tarefa neste mundo, tarefa que exige tanta força e amor, que qualquer interesse por viver nas altas esferas mais atrapalha do que ajuda. Porque a realidade suprema é o serviço a todos: o amor que serve”.  

No tocante às reuniões em grupo, no trabalho de Hamed Ali (A.H. Almaas) e Karen Johnson, na Diamond Approach (em inglês e iniciando em Portugal), eles utilizam logo no primeiro contato, se necessário, a psicologia moderna para remover as couraças (Reich) (dentro das possibilidades de cada ser) e trabalhos em grupos em período prolongado (em média 4 horas de reunião) – sempre com objetivo de despertar a essência adormecida.

Diz Hamed: “Nós ignoramos o fato real de que a união é a ausência de limites”. Incluo que nem sempre 1 + 1= 2 em termos espirituais.

E sobre o medo: “Se formos capazes de permitir o medo ou o ódio, abraçá-lo, agarrá-lo, e senti-lo plenamente em sua totalidade – em toda a sua textura, cor e vivacidade – daremos a ele espaço para ser ele mesmo” e continua: “é natural para nossa verdadeira natureza mover-se, desdobrar-se, iluminar-se e revelar do que se trata”.

Nos trabalhos do Echkart Tolle e a Kim você faz posicionamentos especiais (couraças), música e encontros (como nos trabalhos de Adyashanti).

Sobre trabalho espiritual e iniciação, relembro do The Golden Sufi Center criado pela Irina Tweedie, o seu livro muito especial “Daughter of Fire: A Diary of a Spiritual Training with a Sufi Master “– onde conta sobre sua iniciação e até as doações financeiras substanciosas que fez para os necessitados – fundamental para os desdobramentos finais do seu caminho espiritual.

O caminho para o espiritual seria frequentar esses movimentos/escolas espirituais objetivas por bons anos, onde se espera que pelos encontros em templos, reuniões em grupos, e através de conceitos/informações despertar a essência. Com auxílio efetivo de rituais diários. Ainda destaco a importância do relacionamento entre os participantes.

Processo longo e risco da personalidade se impor sorrateiramente (Rijckenborg:” interesse por viver nas altas esferas mais atrapalha do que ajuda”), e querer seguir o caminho – pois nem sempre as couraças/barreiras são dissolvidas, pois esse é um foco secundário e transparente, exceto na Diamond Approach.

E assim, muitos podem chegar a principal couraça que realmente libera a essência adormecida que passaria a falar mais alto e tocar as pessoas ao redor e em qualquer relacionamento.

A Antroposofia de Rudolf Steiner, com os medicamentos homeopáticos decimais da Weleda, Escolas Waldorf e alimentos da Agricultura Biodinâmica, atua na formação, alimentação e saúde de muitos jovens – a partir do interesse de seus pais.

E tem muitos autores e palestrantes como Ken Wilber e outros que trazem informações preciosas para os buscadores espirituais e que auxiliaram muitos Pais e até mesmo os jovens.

E agora no século XXI

Essas escolas iniciáticas seguem seus trabalhos – existem inúmeros pesquisadores/buscadores tendo percepção do momento e buscando um porto seguro para ancorar seus barcos até não precisarem mais dos barcos. A exceção são os jovens que já não têm interesse em frequentar esses movimentos e muitos outros, existindo institutos de pesquisas trabalhando nisso nos EUA.

Veja que maravilhoso momento estamos vivendo, que presente estarmos vivos. Foram abertas as portas para um novo trabalho e foi possível graças ao esforço de inúmeros pesquisadores profundos do espiritual, que abriram as fronteiras e criaram um cosmo de especial natureza e que está ao alcance de todos.

O agora.

O caminho espiritual dos jovens no século XXI

Este é o momento atual no universo – tudo sendo desvelado desde seus seres e o próprio universo. Tudo é mais simples para parte desses jovens.

Neste momento ímpar, grande parte dos jovens (da faixa dos 31% citado acima) da geração Z já estão preparados e sem couraças, ou leves. Esses tiveram criação moderna onde desde a gestação foram recebidos em harmonia, famílias equilibradas e livres e em Escolas livres de aulas, provas e castigos. Muitos Pais e Avós já os trataram diferentemente pois se prepararam e hoje em dia vivem momento a momento (formados no ensino por projetos, frequentando Escolas Espirituais, ou na Psicologia moderna). Claro, que não é uma constante – mas pode ser.

Vivem livres e sempre voando acima, ultrapassaram a fronteira e veem cada vez mais claramente dentro de si, abrem caminho e derrubam véus e chegam ao sistema solar interior e uno.

A palavra-chave do século XXI é o RELACIONAMENTO. Os jovens já estão em relacionamento sem rotular a/o outro/a do relacionamento.

Relacionamentos, na própria opinião dos jovens da geração Z, é o sagrado sendo revelado.

E está aberto o caminho para que esses jovens se relacionem a nível local e mundial (o que já está começando com algumas iniciativas).

O contato real entre as pessoas, de essência para essência e não palavra para palavra (sem rotular, colocar uma etiqueta sobre o outro – tem que ser sempre algo novo, página em branco).

E a realização espiritual, momentos de iluminação ocorrem quando o momento presente impera, sem oposição do passado e futuro. Momento que ocorre quando a personalidade não está nem no passado nem no futuro e pode ser agora – já. Seja lavando louças, se relacionando com amigos, show de música, filme, passeando etc. podem advir momentos de iluminação – como os próprios Z dizem em pesquisas recentes.

A essência vive e se manifesta cada vez mais.

Tudo isso posto, vemos que os jovens principalmente da geração Z em sua grande maioria (dentro dos 31%) estão preparados e já vislumbrando o potencial interior e dando lhe oportunidade para se manifestar.

Cabe aqui uma definição da palavra do momento Pansexual (prefiro panrelacional): um novo relacionamento na base da pureza interior do ser onde não se vê classe social, cor, sexo, alimentação, roupas etc.

Michael Aaron, psicoterapeuta e terapeuta sexual: “Pansexual é uma palavra ampla e isso ocorre porque as pessoas querem liberdade para se identificarem da maneira que quiserem, sem que ninguém as rotule”.

É importante que algumas pessoas mais idosas em quem a força interior fala mais alto se integrem com os jovenzinhos (5 a 25 anos (Z) e alguns da Y) e permitam eles decidirem o que fazer no tocante ao espiritual, caminho pelo qual já trafegam (chega dos maiores e mais antigos decidirem o que eles devem fazer no caminho espiritual). 

Com base no relacionamento mais próximo entre eles a essência se manifestaria cada vez mais esplendorosa sem altos e baixos constantes e assim abrir caminho para a união de coração dos jovens ainda vivos do planeta. Virtualmente ou até em encontros presenciais, onde deve imperar o silencio interior, a vivência do momento, ritual diário etc. (base do relacionamento e decisão deles). Um novo mundo surge e jovens de todo o Planeta podem se conectar.

Começar de uma página em branco é parar de considerar sua realidade atual como certa e parar de permitir que a mente a defina para você. 

Veja que não invalido os trabalhos correntes que podem ser libertadores, PORÉM, para 31% dos Z não funciona mais – eles já passaram pelos traumas (não calcificados).

Mesmo trabalhos longos de posicionamentos corporal e meditação pode não funcionar se as couraças de Reich não forem dissolvidas, em outras palavras é subir a montanha e depois descer e ela desaparecerá se apreendeu algo ou terá que subir novamente.

Bruce Lipton lançou um trabalho no final de 2023 chamado Coherente Education, que segue algo parecido, mas penso que deveria ter mais decisões a partir dos jovens, mas é uma bela iniciativa. As Escolas diferenciadas para a educação dos pequeninos crescem exponencialmente e isso é maravilhoso.

Como dizia H. Bergson (“A evolução criadora”) no passado distante: “A evolução, não está terminada, e a ação humana foi e será fonte de maravilhas”

Para um novo trabalho ou uma nova abertura em suas estruturas os movimentos espirituais atuais poderiam abrir espaço para algo novo e a ser decidido pelos jovens 5 a 25 anos com auxílio de alguns jovens da geração Y que ainda estão vivos.

Porém, prestem atenção.

Se ao ler este artigo, ou escutar de alguém, sobre a possibilidade de um novo trabalho ou caminho com os jovens Z e vier em seu pensamento nomes de pessoas que poderiam participar como mediadores, já estará tudo errado e aí pode esquecer que não vai funcionar. Tem que ser algo totalmente novo e agora – sem lembranças de pessoas” ideais” e de ‘confiança’. 

A palavra está com os jovens de 5 a 25 anos. Eles dirão se precisam de maior relacionamento, trabalhos diários individuais, dinamização dos relacionamentos em grupos e seu alcance até países distantes no planeta.

João Carlos de Lima
Whatsapp (11) 97605-3322

Springtide Research Institute
Datafolha
A descoberta do Inconsciente, Henri F, Ellenberger

Adyashanti: a iluminação é muito comum – não é nada especial

“Não pense que a iluminação vai tornar você especial, não vai. Se você se sentir especial de alguma forma, então a iluminação não ocorreu. Eu encontro um monte de pessoas que pensam que são iluminadas e despertas, simplesmente porque tiveram uma experiência espiritual muito comovente.

Elas usam a sua iluminação na manga como um distintivo de honra. Elas sentam-se entre os amigos e falam sobre o quanto despertas são, enquanto tomam café.

O engraçado sobre a iluminação é que, quando é autêntica, não há ninguém para reivindicá-la. A iluminação é muito comum; não é nada especial. Ao invés de tornar você mais especial, ela vai torná-lo menos especial. Ela coloca-o bem no centro de uma maravilhosa humildade e inocência.”

O Reino de Deus está em vós

Jan Van Rijckenborgh:

“Não deveis buscar a senda que vos indicamos fora de vós, onde somente encontrareis ilusões e nuvens, porém deveis retornar ao Reino de Deus, que está em vós. Abri a porta desse mundo divino e, mediante vossa perfeita oferenda alquímica, liberai o homem imortal, o homem-alma, que está em vosso coração. Com a rosa-do-coração, todos vós possuís a chave para tanto!”

Que todos nós possamos ir ao encontro da grande revolução mundial que se aproxima, ao encontro da manhã da consecução!”

Já somos inteiros e completos – HA

A reconexão com o Amor Divino e Não-dual e com a nossa essência é um processo de mudança de foco da busca para a exploração. Muitas vezes pensamos na reconexão como algo que precisa ser encontrado, mas a verdade é que já somos inteiros e completos. Somos essência. A ideia de que precisamos “ir buscar” nossa essência nos mantém desconectados e separados porque nos identificamos com o buscador, aquele que não tem o que se busca.

Devemos mudar nossa orientação de buscar para explorar o que está diante de nós agora para nos reconectar com o Amor Divino e a essência. Isso significa explorar o que está no caminho de estarmos conscientes de nosso eu essencial neste momento. Isso pode envolver práticas como meditação, atenção plena e auto-indagação. Essas práticas nos permitem observar nossos pensamentos, emoções e sensações físicas sem julgamento ou apego. Ao fazermos isso, começamos a ver que essas experiências não são quem somos, mas sim expressões temporárias de nosso ser…

Além disso, podemos nos reconectar com a essência cultivando um sentimento de gratidão e apreço pelo momento presente. Reconhecer e apreciar a beleza e a maravilha do momento presente ajuda a mudar o foco do passado e do futuro para o presente. Também ajuda a nos lembrar que não estamos separados do mundo, mas sim parte integrante dele.

Em última análise, reconectar-se com o Amor Divino e Não-dual e com a essência é um processo de abandono da ideia de que precisamos buscar algo fora de nós mesmos. Já somos inteiros e completos e, ao mudar nosso foco para explorar o que está no caminho da consciência de nosso eu essencial, podemos nos reconectar com o amor e a unidade que é nossa verdadeira natureza.

Por que não consigo expandir quando faço contato visual comigo mesmo, como consigo quando faço contato visual com os outros?

Aluno:

“Para mim, este exercício deu um novo significado à frase sobre os olhos serem a janela da alma. Percebi recentemente que a maneira pela qual posso realmente ter essa experiência de ausência de limites é por meio do contato visual, o que nunca me permiti antes. E não apenas sem limites, mas intimidade e expansividade, e posso esquecer meu corpo. Posso me tornar orientado para o “outro” e é uma maneira de me conectar com outra pessoa. Eu tento fazer isso às vezes no espelho, onde olho nos meus próprios olhos para ver se isso também me afasta de mim. Mas é uma experiência muito diferente; parece egoísta e limitante e eu não me expando. Eu me sinto muito contida e limitada. Então, por que não posso fazer isso quando me olho no espelho? Por que não consigo expandir quando faço contato visual comigo mesmo, como consigo quando faço contato visual com os outros?”

AH:

“Pergunta interessante. Por causa do amor divino. Como eu disse antes, o desejo, a tendência de buscar contato, compartilhamento, fusão, comunicação e amor, tudo isso expressa o fato de que somos um em alguma dimensão. Então, se você está olhando nos olhos de alguém, você está vendo a si mesmo, de alguma forma. É a mesma identidade. É mais fácil ver isso olhando nos olhos de alguém do que olhando no espelho, porque a luz parece mais forte ali, em outra pessoa. Quanto aos olhos serem uma janela para a alma, digamos que o corpo é uma janela para a alma. E a alma é uma janela para nossa verdadeira natureza. E a verdadeira natureza é uma janela para o ser divino.

Entrevista vivente de Britta e Caetano interpretando Luz do Sol

Luz do sol Que a folha traga e traduz Em verde novo Em folha, em graça, em vida, em força, em luz Céu azul que vem Até onde os pés tocam a terra E a terra inspira e exala seus azuis Reza, reza o rio Córrego pro rio e o rio pro mar Reza a correnteza, roça a beira, doura a areia Marcha o homem sobre o chão Leva no coração uma ferida acesa Dono do sim e do não Diante da visão da infinita beleza Finda por ferir com a mão essa delicadeza A coisa mais querida, a glória da vida Luz do sol Que a folha traga e traduz Em verde novo Em folha, em graça, em vida, em força, em luz

O que é um Caminho Espiritual Moderno?

“Um caminho espiritual moderno combina perfeitamente a sabedoria antiga com a compreensão contemporânea. É uma jornada de autodescoberta que considera as complexidades do mundo moderno e os últimos avanços em campos como psicologia, neurociência e física. É um caminho que reconhece que o verdadeiro crescimento espiritual não pode ser separado do desenvolvimento pessoal e encoraja os indivíduos a integrar sua compreensão da realidade em suas vidas cotidianas. É um caminho dinâmico, flexível e adaptável, fornecendo orientação e suporte para que os indivíduos naveguem pelos desafios únicos de seu tempo. Em essência, um caminho espiritual moderno é atemporal e oportuno.”

Hameed Ali, também conhecido como A. H. Almaas, é um professor espiritual

Plotino e a união extática com o Uno


Plotino ensinou que existe um “Um” supremo e totalmente transcendente, sem divisão, multiplicidade ou distinção; além de todas as categorias de ser e não-ser. Seu “Um” “não pode ser qualquer coisa existente”, nem é meramente a soma de todas as coisas (compare a doutrina estóica da descrença na existência imaterial), mas “é anterior a todos os existentes”. Plotino identificou seu “Um” com o conceito de ‘Bom’ e o princípio de ‘Beleza’. (I.6.9)

Seu conceito “Um” englobava pensador e objeto. Mesmo a inteligência auto contemplante (o noesis do nous) deve conter dualidade. “Depois de pronunciar ‘O Bem’, não acrescente mais pensamentos: por qualquer adição e na proporção dessa adição, você introduz uma deficiência.” (III.8.11) Plotino nega senciência, autoconsciência ou qualquer outra ação (ergon) ao Um (τὸ Ἕν, to hen; V.6.6). Em vez disso, se insistirmos em descrevê-lo ainda mais, devemos chamar o Uno de pura potencialidade (dynamis) sem a qual nada poderia existir. (III.8.10) Como Plotino explica em ambos os lugares e em outros lugares (por exemplo, V.6.3), é impossível para o Um ser um Ser ou um Deus Criador autoconsciente. Em (V.6.4), Plotino comparou o Uno à “luz”, o Divino Intelecto/Nous (Νοῦς, Nous; primeira vontade para o Bem) ao “Sol” e, finalmente, a Alma (Ψυχή, Psique) à “Lua ” cuja luz é meramente um “conglomerado derivado de luz do ‘Sol'”. A primeira luz poderia existir sem nenhum corpo celeste.

O Um, estando além de todos os atributos, incluindo ser e não-ser, é a fonte do mundo – mas não por meio de qualquer ato de criação, intencional ou não, uma vez que a atividade não pode ser atribuída ao imutável, imutável. Plotino argumenta, em vez disso, que o múltiplo não pode existir sem o simples. O “menos perfeito” deve, necessariamente, “emanar”, ou emanar, do “perfeito” ou “mais perfeito”. Assim, toda a “criação” emana do Uno em estágios sucessivos de perfeição cada vez menor. Esses estágios não são isolados temporalmente, mas ocorrem ao longo do tempo como um processo constante.

O Um não é apenas um conceito intelectual, mas algo que pode ser experimentado, uma experiência onde se vai além de toda multiplicidade.[20] Plotino escreve: “Não devemos nem mesmo dizer que ele verá, mas ele será aquilo que ele vê, se de fato for possível distinguir entre o que vê e o que é visto, e não afirmar ousadamente que os dois são um”. [21]

A natureza essencialmente devocional da filosofia de Plotino pode ser ainda mais ilustrada por seu conceito de alcançar a união extática com o Uno (henosis). Porfírio relata que Plotino alcançou tal união quatro vezes durante os anos em que o conheceu. Isso pode estar relacionado à iluminação, realização, libertação e outros conceitos de união mística comuns a muitas tradições orientais e ocidentais.[23]

Isha Schwaller de Lubicz: Quem quer subir até o topo deve procurar a base na gruta.

MEDIAÇÃO DO CORAÇÃO

Esta consiste em concentrar calmamente a atenção sobre o coração e a região entre o coração e plexo solar, que é a correspondência física do Coração Espiritual [Spiritual Heart]: pois ali está o verdadeiro tabernáculo da Presença Divina cujo templo é o corpo humano. Este deve ser o foco de nossa atenção, a fim de que possamos ser capazes de ouvir a voz da nossa Testemunha Espiritual, e manter o Fogo vital.

Este sentimento da Presença se tornará uma força ajudando-nos a superar todos os tipos de obstáculos, se nós o intensificarmos constantemente por “mediação”.
Esta “mediação”, ou meditação sobre o Coração Espiritual [meditation on the Spiritual Heart], deve começar com um intenso esforço para identificar o próprio coração com o Coração do Cosmos, que é a nossa fonte de luz e vida, o foco e princípio de toda afinidade.

Em seguida, é preciso deixar-se penetrar pela força pacificadora do próprio coração físico e espiritual, e por confiança nele permitir que ele tenha pleno efeito. Isto não é de nenhuma maneira uma questão de autossugestão ou imaginação, mas sim de identificação ou comunhão direta com a realidade..

Abertura do Caminho

Sem ser controlado por você, este seu coração bate o tempo da sua vida, e, seja este rápido ou lento, o que você pode fazer sobre isso?
Que ritmo cósmico tem regulado este pêndulo?
Será que você sabe, o mais inteligente homem?
Quem obrigou você a ser o joguete deste mistério?
Talvez, então, você possa entender como o seu alimento se transforma em sua própria substância, sua e não a de um animal?
Ou como a matéria, quimicamente transformada por sua digestão, pode ser finalmente transmutada em uma viva substância personificada, de fato animada pela mesma energia que seu corpo?

Não adianta responder em termos químicos, pois a ciência deve parar aqui; em última análise ela só pode notar que a transmutação ocorre, sem explicar a última fase da mesma. Nem pode ela explicar como a quantidade minúscula de matéria nutritiva que o corpo não elimina é suficiente para mantê-lo.

E o que é você mesmo?
De que luz você é a sombra?
De que forças você é a forma?
Do que é a projeção de seu corpo?

Observe a [reflection), e o contorno do seu corpo, que, aparentemente, delimita sua vida. Este é o corpo, a coisa pela qual você faz tudo por ele você deseja a sua vida diária, por ele você trabalha, por ele você ama, por ele você tem medo, e você luta para preservar a sua vida física, para satisfazer os seus sentidos, gostos e apetites…

Olhe para ele.  

Ou que vai te dar por todos os seus problemas?
Pergunte a ele. Tente extorquir seus segredos daqueles olhos que expressam tão pouco da luta de uma alma que é a própria. Descubra o seu significado, se você puder.

Tradução: Quem quer subir até o topo deve procurar a base na gruta.

Quem é você, meu corpo, você tem um pequeno mundo ao seu serviço durante toda a vida?
De onde vem tua forma, Ó forma responda-me! Você é eu [me], você deve saber de mim!
E eu (me), quem sou eu?
Eu mesmo, ou você?
É impossível! Se você fechar esses olhos meus,
Eu ainda posso ver você, dentro de mim mesmo; mas você, o reflexo, não pode estar ciente de mim.
Portanto há um eu mesmo, que sabe, e uma reflexo?”

Ouça agora. Em seu peito há algo em movimento.

Seus impulsos controlam o fluxo do seu sangue, o qual ele recebe de volta e envia sem descanso ou pausa, e ele tem estado a bater desde que existe; mas ele tem estado batendo sem o seu conhecimento.
Ele bate a cada segundo de sua existência, mas que conhecimento sobre ele você tem?
Tente pará-lo. Você não pode, sua vontade não sabe nada sobre ele. Apenas a sua emoção pode acelerá-lo.

O quê! Um impulso imaterial age sobre um objeto físico?

Deixe o intelecto explicar isso!..

A Abertura do Caminho

A possibilidade de distinguir sem erro entre a certeza e a mera probabilidade de uma experiência de identificação pode ser chamada de “o discernimento de discernimento.” [“the descernment of discernment”]

O valor de um clarão (flash) de discernimento não pode ser medido em tempo, é um momento de sabedoria, de conhecimento verdadeiro. Um sábio pode desfrutar de tais momentos mais ou menos frequentemente, mas eles nunca são contínuos – enquanto ele for obrigado a submeter-se aos acidentes e relativismo da vida na terra. O discernimento de um verdadeiro discernimento exige do homem que o pratica um conhecimento experimental de seus próprios estados diferentes de consciência e do valor da evidência que eles lhe oferecem. Somente em tal caso pode o nosso discernimento ter o valor de realidade e, assim, permitir-nos encontrar nossas respostas.